sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018



Na terra do Dalai Lama 

Detalhes da capa do livro /REPRODUÇÃO/JC Jaime Cimenti 


O Tibete é uma região de planalto da Ásia, um território situado ao Norte da cordilheira do Himalaia. É a região mais alta do mundo, com altitude média de 4,9 mil metros, e, por vezes, é chamada de "o teto" ou "o telhado" do mundo. É a terra de Dalai Lama, um dos maiores líderes espirituais da atualidade, e tem cerca de 2,1 mil anos. O jornalista e escritor Airton Ortiz, que propôs o gênero jornalismo de aventura, já viajou muito por vários lugares do mundo e tem mais de 18 livros. 

No jornalismo de aventura, o repórter é o protagonista da reportagem. Em Pelos caminhos do Tibete - Revelações na terra do Dalai Lama (Benvirá, 320 páginas), Airton Ortiz nos fala sobre a viagem que fez ao Tibete. Em 1987, após grande pressão da embaixatriz norte-americana em Pequim, os chineses permitiram que o escritor Paul Theroux viajasse até Lhasa, mas sempre acompanhado de um funcionário do governo. Treze anos depois, Airton Ortiz entrou no Tibete pelo Nepal, com um documento de professor, e percorreu o país de forma camuflada. 

Depois de Ortiz, nenhum outro jornalista entrou no Tibete. Com linguagem direta e de forma simples, Ortiz nos revela a história do Tibete, que é uma das regiões mais exóticas do planeta e vive sob o domínio da China. O autor nos fala sobre o dia a dia do povo tibetano. A obra está dividida em quatro grandes partes: Tailândia, Tibete, Himalaia e Lumbini. O livro conta com epígrafes de Dalai Lama, e o prólogo traz um relato de 1298 de Marco Polo sobre o Ceilão, atual Sri Lanca. 

Como epílogo há um texto do psiquiatra norte-americano Howard C. Cutler sobre atividade cerebral e neurotransmissores, e "plasticidade", a capacidade de mudar inerente do cérebro. Airton Ortiz programa cuidadosamente suas inúmeras viagens, mas sempre ocorrem imprevistos, aventuras e muita imaginação junto com a realidade e a detalhada descrição dos fatos e das pessoas com os quais se encontra. 

Nas páginas finais do livro, antes da bibliografia, Ortiz nos fala sobre aspectos políticos atuais do Tibete e palavras do Karmapa Lama, então monge adolescente, que pretende voltar ao Tibete, mas com a companhia de Dalai Lama. Ortiz, que já relatou viagens a Paris, Nova Iorque, Atenas e Havana, entre outras cidades, nesta obra, traz visões sobre uma região que, quem sabe, um dia, voltará a ser livre. 

lançamentos 

Filosofia da religião - Ensaios (Educs, 156 páginas), de Paulo César Nodari, pós-doutor em Filosofia pela Universidade de Bonn e professor do pós-graduação em Direito e Filosofia da UCS. Aborda Deus nos solilóquios de Santo Agostinho; da ideia de Deus ao postulado de Deus em Kant, uma leitura de Jürgen Habermas sobre saber e acreditar, e um grande e profundo ensaio sobre a morte. 

Apresentação do professor Doutor Everaldo Cescon. O gato e a revolução (AGE, 96 páginas), do consagrado escritor e ministrante de oficinas literárias Alcy Cheuiche, apresenta a terceira edição revista do romance, comemorativa aos 50 anos da primeira edição. 

A narrativa tem como pano de fundo a Guerra Fria e a ditadura civil-militar brasileira, bem como a polarização entre bloco capitalista (EUA) e bloco comunista (Rússia). A farsa de 1967 não é muito diferente da de 2017, diz Luís Augusto Fischer sobre a obra. Vagar em Macau (Belas Letras e Modelo de Nuvem, 70 páginas) é o terceiro livro de poemas do jornalista, novelista, contista e cronista José Antônio Silva. 

Na apresentação, escreveu Ricardo Silvestrin: "Sua poesia é capaz, ainda, de se firmar para além do tempo, realizando com maestria uma tema que atravessa o ser humano do dia zero ao infinito: o vazio". "O ódio é uma criança/ que dorme/ esquecida/ no último quarto/ da casa do amor", versos de Último quarto, da obra. - 

Jornal do Comércio (http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2018/02/colunas/livros/609839-na-terra-do-dalai-lama.html)

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