domingo, 4 de fevereiro de 2018


A arte de viver 


Detalhe da capa do livro REPRODUÇÃO/JC A arte de viver (Harper Collins, 192 páginas, tradução de Rodrigo Peixoto), de Thich Nhat Hanh, um dos líderes espirituais mais proeminentes e mais queridos da atualidade, foi lançado há poucos dias no Brasil. 

O vietnamita Thich iniciou sua vida como monge aos 16 anos e, hoje, é mestre do zen-budismo, poeta, acadêmico e ativista da paz. Foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz por Martin Luther King Jr., seus ensinamentos são considerados lendários, e milhares de pessoas frequentam seus retiros para aprender a arte de viver com a mente aberta (ou atenção plena). É a técnica da mindfulness. A mindfulness é uma técnica que pode ser traduzida como atenção ou consciência plena. O conceito vem, portanto, para conectar ação e pensamento. 

Em A arte de viver, Thich apresenta, pela primeira vez, meditações transformadoras que podem libertar as pessoas para uma vida feliz, pacífica e ativa. O autor auxilia a encarar o envelhecimento e a morte com curiosidade e alegria, não com medo, e, acima de tudo, como gerar felicidade, compreensão e amor para que possamos viver profundamente cada momento de nossas vidas. O livro ensina a importância de olhar para dentro de si mesmo e mostra como desenvolver a compaixão a partir de práticas conscientes para se envolver com a vida. 

"A espiritualidade também é um campo de pesquisa e estudo. Queremos nos entender, entender o mundo que nos rodeia e o que significa aceitar e amar, e isso determina nossa qualidade de vida. Todos precisamos ser amados e compreendidos. E todos queremos amar e compreender", ensina o líder espiritual, que atualmente vive em Plum Village, seu centro de meditação na França. Thich não considera a espiritualidade religião. 

Para ele, a espiritualidade é um caminho para gerarmos felicidade, entendimento e amor, para viver todos os momentos da vida de forma mais profunda. Manter uma dimensão espiritual não é fugir da vida ou passar um tempo em algum lugar feliz, fora do mundo. A espiritualidade, para Thich, é enfrentar as dificuldades da vida e gerar paz, alegria e felicidade, bem aqui onde estamos no planeta. 

O livro nos ensina, acima de tudo, a desenvolver a compaixão, a partir de práticas conscientes para se envolver com a vida e, assim, quem sabe, ter um planeta e um convívio dos humanos mais harmônico e feliz. Disso precisamos. 

lançamentos 


Berta - Os anos dourados da Varig - Uma história de bastidores nunca antes revelada (Editora Espaço Aberto, 416 páginas), de Mario de Albuquerque, jornalista que trabalhou 39 anos na Varig, é obra que surpreende e polemiza. Desnuda as figuras de Berta e Meyer, mostrando a intimidade dos grandes mitos que fizeram a história da Varig e da aviação brasileira. Reportagens, entrevistas e dezenas de documentos dão autenticidade à obra. 

A marca do Z - A vida e os tempos do editor Jorge Zahar (Zahar, 296 páginas), do jornalista, professor e escritor Paulo Roberto Pires, da UFRJ, mostra a riquíssima vida do legendário editor Jorge Zahar, cuja trajetória se confunde com a história das ideias no Brasil do século XX. Livreiro e depois editor de grandes obras de ciências humanas, formou várias gerações de leitores e debateu com calor as questões de seu tempo. 

Vamos melhorar o Brasil? (232 páginas, AGE Editora), de Oscar Danieli, economista nascido em Carazinho, traz inspirações para lidar com nosso Brasil, país sem guerras, com muitos recursos, mas com desigualdades, violência, radicalismos, desemprego, corrupção e outros problemas. Danieli trata de política, administração, finanças, teto salarial e outras questões, e opina, com fundamento, sobre as importantíssimas eleições deste ano.  

Jornal do Comércio (http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2018/01/colunas/livros/608703-a-arte-de-viver.html)

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