quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018


15 DE FEVEREIRO DE 2018
+ ECONOMIA

DRAGÃO CONTROLADO AO LONGO DE 2018


Com a economia em lento processo de reequilíbrio, a expectativa de inflação comportada segue como uma das notícias que despertam sopro de alívio no país. A edição mais recente do relatório Focus, divulgada ontem pelo Banco Central (BC), sustenta a avaliação de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) não deverá causar grandes dores de cabeça ao longo do ano. A projeção de analistas do mercado financeiro para o IPCA ao final de 2018, conforme o documento, caiu de 3,94% para 3,84%. Se a estimativa se confirmar, a inflação ficará abaixo da meta central de 4,5%, mas dentro do intervalo de tolerância entre 3% e 6%.

Em parte, a projeção de queda está relacionada com o campo. Em 2017, a safra recorde no país já havia sido responsável por puxar o IPCA para baixo - o índice oficial encerrou o ano em 2,95%, o menor resultado desde 1998. Embora em patamar inferior, a produção agrícola de 2018 também deverá superar as expectativas iniciais, sublinha o economista João Fernandes, da gestora Quantitas. Isso significa que, com maior oferta de produtos, a tendência é de que os preços se mantenham comportados. O grupo alimentação e bebidas tem peso de mais de um quarto na composição do IPCA.

- Apesar de menor do que no ano passado, a safra em 2018 deverá vir mais forte do que se imaginava. Assim, a projeção é de que a inflação continue amena - resume Fernandes.

Outro fator apontado como responsável pelo IPCA em nível baixo é o próprio processo de retomada da economia pós-recessão.

- O desemprego continua alto. Ainda há grande capacidade ociosa na indústria. Com isso, as empresas podem produzir mais antes de aumentar os preços. É uma série de fatores que tem ajudado a inflação a ficar em patamar baixo desde o ano passado - frisa o economista-chefe da Geral Investimentos, Denilson Alencastro.

Causou burburinho o possível interesse do grupo português Sonae na compra da operação do Walmart no Brasil, divulgado ontem pelo jornal Valor Econômico. Um eventual negócio representaria o retorno da companhia europeia ao Estado.

Vale lembrar: em dezembro de 2005, o Sonae vendeu, por R$ 1,7 bilhão, suas 140 lojas na Região Sul ao mesmo Walmart. As unidades negociadas à época operavam com as bandeiras Big, Nacional, Maxxi - conhecidas dos gaúchos - e Mercadorama.

A discussão sobre o possível acordo ocorre no momento em que o Walmart, maior varejista do mundo, reestrutura sua atuação no país, com mudanças em marcas e fechamento de lojas.

O grupo americano não se pronunciou. A coluna também entrou em contato com o Sonae, que negou estudar o negócio. VOLTA AO RS?

DONA DA CONCEPA, QUE ADMINISTRA A FREEWAY, A TRIUNFO PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS CONFIRMOU A HOMOLOGAÇÃO DOS PLANOS DE RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL DA COMPANHIA E DA SUBSIDIÁRIA CONCER. A EMPRESA ENTROU NA JUSTIÇA COM O PEDIDO EM JULHO DE 2017.

leonardo.vieceli@zerohora.com.br - LEONARDO VIECELI

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