sexta-feira, 15 de setembro de 2017



San Francisco 

O Tony Bennet, as torcidas do Flamengo, do Barça, do Juventus e dos gloriosos Internacional e Grêmio deixaram seus corações em San Francisco (SF) da Califórnia, como diz a "signature song" do melhor cantor do mundo, Tony Bennett, segundo a opinião insuspeita do maior cantor do século XX, Frank Sinatra, the voice. 

Dizem que a mãe do Frank dizia: canta direito, guri, canta como o Tony. Nos anos 1960/1970, SF foi o centro hippie e a capital da contracultura e quem não se emociona até hoje com a linda canção If you are going to San Francisco do Scott McKenzie, que pedia para você usar algumas flores na cabeça se fosse para lá, onde iria encontrar pessoas gentis com flores na cabeça e um verão cheio de amor. Palco da geração beat e de muitas ideias arejadas e renovadoras, SF é berço do mundial Uber, a maior locadora de automóveis do mundo que não é dona de nenhum, e de novidades tecnológicas e muitas startups. 

O Vale do Silício é perto. SF cresceu muito e rápido com a corrida do ouro em 1849, foi destruída por um furacão em 1906 (e logo reconstruída) e sofreu outro em 1989, mas a "Paris do West" segue impávida, com apenas e adequados 800.000 habitantes e segue uma das cidades mais visitadas por turistas americanos e estrangeiros. É uma cidade rica, mas com o bom gosto e o comedimento impedindo ostentações, exageros e rasgação de dinheiro à toa. 

Cidade elegante e distinta, recebe todos com carinho e é considerada, sem exagero, como a cidade mais feliz dos EUA. Tem outros Rios de Janeiro americanos, como New Orleans, por exemplo, mas SF é imbatível na gentileza, na falta de pressa e na ausência de buzinaços, correrias, gritos, stress e empurrões. Não que a galera de lá não trabalhe, não é isso. As pessoas se movimentam, vivem, trabalham, mas num ritmo razoável, civilizado, sem reclamar se o bondinho chegou atrasado. No hotel não reclame se o seu omelete levou quinze ou vinte minutos para chegar à mesa. 

Qual o problema? O que você iria fazer com aqueles 15 ou 20 minutos que usou para observar as pessoas e a cidade e ler calmamente o San Francisco Chronicle? Relaxe, você está em San Francisco, terra da Golden Gate e da inimitável Lombard Street. Há pouco Lady Gaga escolheu a cidade para apresentar-se pela primeira vez num estádio. Trinta e nove mil e quinhentas pessoas assistiram ao show histórico, no AT&T Arena e, no final, Gaga, em atitude única, convidou sua mamãe para vir ao palco. Tony Bennet, o cantor de SF, deu aquele upgrade para Gaga, que agora canta como nunca. 

O grande jornalista norte-americano Charles Cronkite resumiu como ninguém o que é San Francisco. "Estar em SF é como reencontrar uma velha e querida namorada e aí você não quer parar de se despedir dela." É isso mesmo, SF tem uma bela história, um presente radiante e, com certeza, um futuro sempre novo. Para quem gosta de coisas mais cinematográficas ou de jogos e badalação, Los Angeles e Las Vegas ficam perto, através daquela estrada fantástica na beira do pacífico. 

a propósito... 

Este texto não é só uma declaração de amor à SF e exaltação à metrópole do bondinho, coisas que ela nem precisa. 

É mais para falar de um lugar que ainda é, tipo assim, paz-e-amor, cultiva a natureza e os bons modos, recebe as pessoas com gentileza e inspira novas ideias, novos pensamentos e criatividade para o bem. Uma cidade que tem importantes universidades, SF segue sendo um bom exemplo e uma esperança para esse planeta. Em SF existe Alcatraz, o presídio chamado de The Rock, de onde ninguém fugiu vivo, ao que se saiba, nem o Clint Eastwood no filme. Trinta e seis fugiram. Só três nunca foram achados. Al Capone tirou uma temporada por lá. É exemplo de cana duríssima que SF dá para uns meliantes que andam por aí. - Jornal do Comércio 

(http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2017/09/colunas/livros/585147-a-maior-banda-de-rock.html)

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